Publicado em 18/11/2016
Doria contraria promessa e estuda reajuste parcial da tarifa de ônibus
Contrariando promessa feita logo após sua eleição, o prefeito eleito João Doria (PSDB) já estuda promover um reajuste "parcial" da tarifa de ônibus no primeiro ano de gestão, em 2017.
Em 3 de outubro, dia seguinte à vitória no primeiro turno, Doria afirmou em entrevista: "Não vamos mexer na tarifa [de ônibus] no primeiro ano". Naquela semana, declarou: "A decisão está tomada, não vai mudar".
A equipe do tucano considera aumentar a passagem para um valor intermediário entre os atuais R$ 3,80 e os projetados R$ 4,40. A intenção é repassar aos passageiros apenas os valores gastos pela prefeitura para cobrir benefícios e gratuidades.
Ao mesmo tempo, Doria pretende abrir uma discussão pública
para rever tais gratuidades, que beneficiam hoje vários grupos e que foram
ampliadas nos últimos anos, durante a gestão Fernando Haddad (PT), como a
estudantes de baixa renda e idosos com mais de 60 anos.
Após a análise das planilhas do transporte, os técnicos da
equipe de Doria concluíram que os custos adicionais para manter a tarifa
congelada em 2017 chegariam a R$ 1,25 bilhões, um valor suficiente para
construir mais de 30 km de corredores exclusivos para ônibus. Na prática, isso
significaria elevar em mais de 50% os subsídios ao sistema, hoje já em patamar
acima de R$ 2 bilhões ao ano.
O subsídio é o dinheiro repassado pela prefeitura às viações
de ônibus para cobrir a diferença entre o que os passageiros pagam e os custos
reais dos serviços prestados.