Publicado em 30/05/2017
Chegaremos ao fim de 2018 com a casa em ordem', diz Temer
Presidente participou da abertura do Brazil Investment Forum, em São Paulo. Antes, Maia e Eunício prometeram apoio às reformas.
Temer em evento em SP
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou
nesta terça-feira (30) que a trajetória de seu governo, segundo ele marcada por
reformas e por medidas para tentar recuperar a economia, não será
"interrompida" e que chegará ao final de 2018 com a "casa em
ordem".
"Hoje, nós estamos no rumo certo. Nós pusemos o país
nos trilhos. Quem apanhar a locomotiva em 2018 encontrará os trilhos no seu
lugar. Por isso, agora é continuar a travessia. Nós chegaremos ao fim de 2018
com a casa em ordem ", disse.
Temer participou da abertura do Brazil Investment Forum, em
São Paulo, pela manhã e discursou por 24 minutos na abertura do evento. Ele
descreveu diversas medidas de seu governo e procurou mostrar otimismo, sem
mencionar a crise após a delação premiada dos donos da empresa JBS e da
divulgação de áudios entre Temer e o empresário Joesley Batista.
"Esta trajetória que traçamos logo no início do nosso
governo em diálogo permanente com o Congresso Nacional não será interrompida.
Nela nós seguiremos firmes em nome da agenda de reformas que não podemos e não
devemos abandonar", afirmou.
O presidente afirmou ainda que não "há plano B".
"Em cada passo, o que nos guiou foi um sentimento de responsabilidade.
Responsabilidade fiscal. Se de fato nós queremos um futuro melhor, eu digo sem
medo de errar, não há plano B. Afinal, a responsabilidade rende frutos",
disse.
Apoio do Congresso
No mesmo evento, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), prometeram apoio para
aprovar no Congresso Nacional as reformas previdenciária e trabalhista
propostas pela gestão do peemedebista.
Em sua fala, Rodrigo Maia disse que, mesmo diante da crise
política que atingiu o Palácio do Planalto com as delações de executivos do grupo
J&F – controlador do frigorífico JBS –, a Câmara vai colocar em votação,
nas próximas semanas, a discussão da reforma da Previdência Social. O deputado
do DEM classificou o conjunto de propostas apresentadas pelo governo Temer para
modificar as regras previdenciárias como "coração das nossas
reformas".
“Nós vamos retomar, em poucas semanas, a discussão, sim, da
reforma da Previdência. Porque não há condições de um país sério querer
organizar o seu futuro com a situação da Previdência hoje, que é um déficit
crescente ano a ano”, ressaltou Rodrigo Maia sob os olhares de Michel Temer.
Ao final do discurso do presidente da Câmara, Eunício
Oliveira subiu ao púlpito do fórum para tranquilizar os investidores nacionais
e estrangeiros. O presidente do Senado afirmou que se empenhará para aprovar as
reformas do governo Temer porque, segundo ele, essa é "a vontade dos
representantes do povo no Congresso Nacional". Eunício disse ainda não ver
motivos para que Temer não cumpra seu mandato.
Tucanos
Entre as autoridades estavam também diversos nomes do PSDB
paulista, que passaram mensagens de otimismo em relação a economia em seus
discursos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), chamou a reforma
trabalhista já aprovada na Câmara de "histórica".
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB),
também afirmou que Temer vai chegar ao final do seu mandato e entregar o cargo
ao seu sucessor com um país muito melhor. "Temer poderia ter se acomodado
e deixado passar o tempo tranquilamente, mas não faz apenas um governo de
transição, mas ousadamente transformista. Inaugura uma nova geração de
reforma”, disse. “O senhor que assumiu há oito meses, entregará ao seu sucessor
em 1º de janeiro de 2019 um país muito melhor”.
O primeiro a falar foi o prefeito João Doria, que preferiu
dar uma mensagem genérica de otimismo. "O Brasil é mais forte do que
qualquer crise. Já passamos por inúmeras crises ao longo dos últimos anos.
Superamos todas elas, inclusive as mais graves. Não será diferente agora",
disse. Doria apelou para que os investidores presentes mantenham seus negócios
no país. "Os que foram corajosos, audaciosos, e líderes verdadeiros não
esmorecem e não recuam. Ao contrário, em situações de crise, de dificuldade, é
que se prova a liderança", afirmou.
Sobre os destinos do governo em razão da crise política
enfrentada, Doria disse que é preciso "proteger o Brasil."
Também participaram o presidente do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), Luiz Alberto Moreno; o ministro-chefe da Secretaria
Geral da Presidência, Moreira Franco e o ministro-chefe da Secretaria de
Governo, Antônio Imbassahy; entre outras autoridades.