Publicado em 31/05/2017
Doria diz que dependente químico não tem capacidade de decidir por tratamento
Prefeito defendeu internação compulsória mas diz que atendimentos serão analisados caso a caso.
O prefieto João Doria participou de evento no Instituto Tomie Ohtake.
O prefeito de São Paulo, João Doria, saiu nesta quarta-feira
(31) em defesa do plano de internar compulsoriamente dependentes químicos da
região da Cracolândia, no Centro da cidade. Segundo ele, os usuários de crack
não têm condições de decidir sobre um possível tratamento intensivo por si
mesmos. Doria disse, no entanto, que as internações serão analisadas caso a
caso.
"Não é possível imaginar que um dependente químico, em
qualquer idade ou circunstância, tenha a capacidade autônoma, própria, plena,
para tomar uma decisão", afirmou o tucano durante discurso em um evento
realizado no Instituto Tomie Ohtake, na Zona Oeste da capital.
De acordo com o prefeito, o dependente químico "está
tão possuído, tão dominado pela droga, seja ela qual for, que a sua capacidade
de pensar, raciocinar e agir está comprometida. Majoritariamente
comprometida".
Doria fez questão de ressaltar, no entanto, que isto não
significa que a Prefeitura tenha planos de uma internação em massa de usuários.
Segundo ele, as possíveis internações serão analisadas caso a caso. "Nunca
se pensou nisso. Pensou-se, sim, em fazer abordagem, o acolhimento, para que
essas pessoas possam ser tratadas de forma adequada", completou.
Nova secretária de Direitos Humanos
A Prefeitura anunciou que a promotora pública Eloísa Arruda
vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos. O nome dela foi definido após a
ex-secretária Patrícia Bezerra deixar a pasta na última quarta (24) por
discordar das ações da Prefeitura na Cracolândia.
Eloísa Arruda já foi secretária de Justiça do estado de São
Paulo na gestão do atual governador. Geraldo Alckmin. Ela foi escolhida para
comandar a secretaria de estado em 2010 e deixou a pasta em 2014.
A nova secretária assume em meio às ações da Prefeitura para
tentar acabar com a Cracolândia, no Centro de São Paulo. As medidas, que
incluem pedidos da Prefeitura à Justiça para demolir imóveis da regiãoa e
também para apreeender usuários de drogas para a realização de exames, têm sido
criticadas por entidades de direitos e pelo Ministério Público e pela
Defensoria Pública.