Publicado em 14/06/2017
Incêndio atinge prédio de 24 andares e deixa 6 mortos em Londres
74 ficaram pessoas ficaram feridas no incêndio que atingiu a torre Grenfell, no subúrbio da cidade. Bombeiros descartaram risco de desabamento no prédio que passou por reforma em 2016.
Policiais isolam área próxima ao prédio em chamas durante o amanhecer em Londres.
O grande incêndio que atingiu e destruiu um prédio de 24
andares e 120 apartamentos, na zona oeste de Londres, na Inglaterra, na
madrugada desta quarta-feira (14), deixou ao menos seis mortos e 74 feridos.
Não há informações sobre o que teria provocado as chamas na Grenfell Tower, que
passou por uma reforma em 2016.
A Polícia confirmou pelo menos seis mortes e disse que esse
número deve aumentar no prédio construído em 1974, em North Kensigton, no oeste
da cidade. Embora tenham cogitado mais cedo, os bombeiros descartaram o risco
de desabamento. O edifício fica a 2,7 km da residência do príncipe Willian e da
sua mulher, Kate Middleton.
Mais cedo, o chefe da Brigada de Incêndio de Londres, Dany
Cotton, disse que houve uma “série de mortes”, mas disse que não poderia
confirmar o número vítimas por causa do “tamanho e da complexidade” do
edifício.
Setenta e quatro feridos estão internados em cinco
hospitais, sendo que 20 estão em estado grave. Testemunhas disseram em redes
sociais que pessoas pularam da torre em chamas. Outras gritavam pedindo ajuda para
que seus filhos fossem resgatados. Os bombeiros também buscam sobreviventes. Um
morador do 7º andar disse à BBC que o alarme de incêndio não tocou.
Cerca de 200 bombeiros, a polícia e os serviços de
ambulâncias foram mobilizados. Por volta de 5h, as chamas foram controladas,
mas ainda era possível ver focos de incêndio em alguns andares mais altos.
Os bombeiros foram chamados por volta da 1h15 local (21h15
de terça, em Brasília) para apagar o incêndio no edifício. Dezenas de pessoas,
moradores ou não do edifício, saíram às ruas, muitos apenas de pijama.
Como parte da estrutura foi consumida pelo fogo e os
bombeiros chegaram a cogitar o risco de colapso, a polícia esvaziou residências
vizinhas.
O incêndio é um dos maiores registrados em Londres.
"Nunca vi nada parecido com esse incêndio em 29 anos de trabalho",
declarou o chefe da Brigada de Incêndio de Londres.
De acordo com o jornal "The Guardian", já havia
preocupação a respeito de um incêndio no prédio em 2012, quando um vistoria
constatou que o equipamento contra incêndios não era revisado há anos. Em 2016,
um grupo de residentes também tinha alertado sobre a única saída de emergência,
advertindo que, se ela fosse bloqueada, as pessoas não poderiam deixar o
imóvel.
Ainda segundo o períodico britânico, o prédio construído em
1974 passou por uma reforma que custou 10 milhões de libras e foi concluída em
maio de 2016. Os responsáveis pela obra divulgaram um comunicado que afirmam
que todos os padrões de segurança foram seguidos rigidamente.
Cinzas se espalharam em um raio de 100 metros do prédio e
uma coluna de fumaça tomou conta da região e podia ser vista a quilômetros de
distância. Vários quarteirões estão interditados, inclusive uma estação de
metrô.
"Bombeiros equipados com aparelhos de respiração
trabalharam em condições extremas, realmente muito difíceis, para combater as
chamas”, disse o comandante Dan Daly, da London Fire Brigade.
O escritor e ator britânico Tim Downie, que mora na região,
relatou cenas de horror à France Presse (AFP). "O prédio foi tomado
inteiro pelas chamas. É uma questão de tempo até que desabe", disse.
'Não Pule!'
Paul Munakr, que vive no 7º andar, conseguiu escapar.
"Quando estava descendo as escadas, havia bombeiros, realmente incríveis
que estavam subindo, para o fogo, tentando tirar o maior número possível de
pessoas do prédio", disse à BBC.
Ele foi alertado do incêndio não pelo alarme, mas por
pessoas que gritavam da rua: "não pule, não pule!".
"Não sei ao certo se pessoas pularam do prédio para escapar do fogo, mas a principal coisa com este incidente é o fato de os alarmes de incêndio não terem tocado", contou à BBC.