Publicado em 01/08/2017
Sistema Cantareira tem em julho maior queda de nível desde o fim da crise hídrica
Em mês seco represas perderam 4,1 pontos percentuais, mas ainda operam com 62,8% da capacidade. Sabesp diz que variação é normal para o inverno.
Imagem aérea da represa do Atibainha, em Nazaré Paulista. O reservatório faz parte do sistema Cantareira, que opera com 65% da capacidade, segundo índice da Sabesp.
O Sistema Cantareira, que abastece 7,7 milhões de pessoas na
Grande São Paulo, registrou em julho a maior queda desde o fim da crise hídrica,
em março de 2016. O nível das represas caiu 4,1 pontos percentuais, de 66,9%
para 62,8% da capacidade, mais que os 2,4 pontos percentuais de queda
registrados em setembro do ano passado. Os dados são da Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Apesar da queda, o sistema ainda opera com quantidade
elevada de água em comparação com o período da crise hídrica. A Sabesp diz
considerar a atual variação “normal”
para o inverno.
O sistema, porém, não caia tanto desde agosto de 2014, auge
da crise hídrica, quando a diminuição registrada foi de 4,3 pontos percentuais.
Outra marca que acende o sinal amarelo nas represas do
Guarapiranga é a baixa precipitação. A chuva nas represas em julho ficou em 2,1
mm, também a menor desde o fim da crise hídrica, mais escassa inclusive que a
registrada em abril de 2016, quando choveu 4,4 mm.
Na capital, não chove há 49 dias, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Uma frente fria deve mudar o tempo na quinta-feira (3).
Crise hídrica
A crise hídrica começou em 2014 com a redução acelerada dos
níveis das represas. Diversas obras tiveram início para tentar diminuir a
dependência da população da Grande São Paulo do sistema Cantareira, que antes
abastecia 9 milhões de pessoas. Também foram intensificadas manobras de redução
de pressão, o que deixou alguns bairros com problemas de fornecimento durante
meses.
A saída mais emergencial foi o bombeamento do volume morto, águas
mais sujas que ficam no fundo das represas, abaixo do nível considerado “utilizável”
em situações normais. O bombeamento aconteceu entre maio de 2014 e dezembro de
2015.
A Sabesp afirma que a variação negativa no nível dos
mananciais é normal para o inverno. “As represas servem
justamente para garantir o abastecimento de água entre abril e setembro, quando
historicamente as chuvas são escassas”, diz a Sabesp.
O nível de 62,8% é maior que os 53,4% registrados em 31 de
julho de 2013, ano anterior ao da crise hídrica. A capacidade do nível útil do
sistema é de 982 bilhões de litros.
Segundo a Sabesp, outro ponto positivo a ser observado é que
o padrão de consumo da população na Grande São Paulo mudou após a estiagem de
2014 e 2015 e hoje a produção de água é 15% menor em relação ao que era há
quatro anos.
Sistemas
Ao todo, seis sistemas fornecem água para as cidades
paulistas. Veja os índices nesta segunda:
Cantareira: 62,8% da capacidade
Alto Tietê: 56,3% da capacidade
Guarapiranga: 73,5% da capacidade
Alto Cotia: 97,5% da capacidade
Rio Grande: 81,7% da capacidade
Rio Claro: 98,3% da capacidade