Publicado em 28/08/2018

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Cientistas encontram nova versão do vírus ebola em morcegos em Serra Leoa

É a primeira vez que espécie inédita da doença é detectada antes de início de surto.


Equipe segura e coleta amostras nos morcegos em campo. Grupo está em Serra Leoa, Guiné e Libéria para pesquisas sobre os hospedeiros do vírus. (Foto: Jaber Belkhiria/UC Davis)


Após anúncio preliminar da Universidade da Califórnia no final de julho, o sequenciamento genético foi feito e os cientistas confirmaram: uma nova versão do vírus do ebola foi encontrada em morcegos em Serra Leoa. É a primeira vez que a doença é detectada no hospedeiro antes de criar um surto.


A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (27) na revista "Nature Microbiology". O trabalho faz parte do projeto "PREDICT", da Universidade da Califórnia e do Centro de Infecções e Imunidade da Universidade de Columbia, financiado pela Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos.


O novo vírus do ebola, chamado de Bombali, tem potencial para infectar células humanas, mas os pesquisadores não sabem se alguma pessoa já foi de fato atingida pelo micro-organismo.


"Identificar novos vírus como o ebolavírus Bombali em animais selvagens e testar sua capacidade de infecção em humanos pode ajudar na nossa compreensão da diversidade viral que circula entre os animais", disse Simon Anthony, virologista e professor da Universidade de Columbia.


"Queremos descobrir se os vírus tem pré-requisitos genéticos para infecção humana e, em seguida, priorizar mais estudos e intervenções".


Até então, cinco espécies do ebola já haviam sido descobertas pelas cientistas. O vírus Bombali é diferente do Zaire, que matou milhares de pessoas entre 2013 e 2016 na África. A descoberta desse novo tipo da doença é a maior e melhor evidência de que os morcegos são hospedeiros do vírus.


"Se você quiser prevenir novos surtos do ebola é importante saber quais são os hospedeiros e como podemos elimar o vírus", disse Tracey Goldstein, da Universidade da Califórnia.


"Então, podemos ajudar a direcionar as mudanças de comportamento para proteger as pessoas, objetivo principal do nosso trabalho".

G1.globo.com